A campanha vai ter uma história por explicar. O que não podem dizer e que se transforma em "equivocos".
A evolução:
- Sócrates foi ter com Merkl prometer novas medidas, Talvez para a cimeira de 24 de Março.
- A venda da dívida, no inicio de Março não correu bem. Teve de ser a banca portuguesa a socorrer o Estado e comprar quase 70%.
- Para evitar o perigo de fracassar, quando da emissão de nova divida, Sócrates antecipa as medidas. Quer ganhar tempo e confiança. Sócrates ignora o PSD. Até alguns ministros desconheciam. Souberam pelos jornais.
- Antes da cimeira o PSD está convencido que não vai haver acordo. Daí as palavras de Miguel Relvas que remete um comentário oficial do PSD para depois do encontro. O PSD ignora o que Sócrates negociou.
- A proposta do Governo é bem-recebida em Bruxelas e causa espanto em Portugal. O PSD percebe que não é através do FMI que Sócrates pode cair e que "deu o flanco" no relacionamento institucinal em Portugal. Por outro lado, se não arrepiar caminho, fica eternamente como a "muleta" do Governo, o partido à rasca, precário de Sócrates. Avança com o Não ao PEC IV. Agora ou nunca.
- Socrates percebe que vai haver eleições e que não pode concorrer com a promessa de congelar as pensões e reformas. O Governo faz marcha-atrás e A. Costa abre o caminho: o PEC IV não existe, ou seja, o congelamento das reformas. O ministro das Finanças enganou-se. O PM assina por baixo.
- Para o confirmar, reune-se o Conselho de Ministros extraordinário.
Quem tem a culpa das eleições? Uma sondagem publicada no Expresso no dia 4 de Março (uma semana antes) revelava que o eleitorado penalizaria quem provocasse eleições antecipadas. A expectativa era de que a moção de censura do BE fosse chumabada e "Além disso, a maioria dos inquiridos entende que o PSD não só deve chumbar a moção de censura, como deve ainda evitar provocar eleições antecipadas."
A quem for assacada a responsabilidade pode sair penalizado. É a este jogo que temos assistido.