O pedido de ajuda está em curso?
Foi assim com a Irlanda: fuga de informação para um jornal internacional especializado, negação por parte das autoridades nacionais e comunitárias, reunião dos ministros das finanças e depois o anuncio no domingo, quando os mercados estão fechados.
Até agora foram dados apenas os três primeiros passos: fuga de informação, negação das conversações e reunião do Ecofin na sexta-feira.
No caso português há ainda a juntar:
- "Mesmo em funções de gestão, o Governo continua firmemente empenhado em evitar o pior para a vida dos portugueses e tudo faz para minorar os efeitos da aventura em que as oposições colocaram o país. Se tiver que agir em matéria de financiamento externo, o Governo agirá patrioticamente como sempre em defesa do interesse nacional" Jorge Lacão no Parlamento;
- "Digo que situações excecionais exigem respostas excecionais. Se, porventura, em teoria, se colocar uma situação dessa natureza [recurso à ajuda externa], todos deveremos fazer um esforço de consenso nacional" Francisco Assis também na AR.
O único elemento que quebra a lógica desta narrativa é que, se o anuncio for feito no Domingo, é no dia de encerramento do Congresso do PS.
Só não será surpresa e "mata" o efeito do Congresso se até lá o PS alterar radicalmente o seu discurso: deixa de ter o FMI como "inimigo externo" e passa a culpa para o "inimigo interno", o PSD.
actualização:
Está a ser dada a viragem no discurso e a culpa é do PSD. O Congresso vai ser o ponto de viragem e o contexto para um forte ataque ao PSD com a dramatização sobre o chumbo do PEC.
Fernando Teixeira dos Santos: O país foi irresponsavelmente empurrado para uma situação muito difícil nos mercados financeiros. Perante esta difícil situação, que podia ter sido evitada, entendo que é necessário recorrer aos mecanismos de financiamento disponíveis no quadro europeu em termos adequados à actual situação política. Tal exigirá, também, o envolvimento e o comprometimento das principais forças e instituições políticas - declaração ao J Negócios
Agora é que vai ser "malhar" no PSD.