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Legislativas 2011

Legislativas 2011

09
Abr11

Super produção

rgomes

Já vamos no segundo dia com todas as televisões de notícias a acompanhar de forma permanente o Congresso do PS. As TVs generalistas dão também largo destaque nos principais blocos informativos.

A organização tem sido 100% eficaz na gestão da mensagem. Falam os notáveis - mesmo os que retornaram à casa socialista - em horas chave, com um alinhamento certinho que vai alimentando a comunicação social ao longo do dia.

Até as lágrimas, nos olhos de Sócrates. A emotividade que faltava ao líder determinado.

08
Abr11

O Senhor do Calvário

rgomes

 A imagem concebida para este congresso aposta num tom roxo escuro.

 Faz parte do logo, está no placard de fundo e até na gravata de José Sócrates, no dia de abertura.

 Não me parece uma escolha feliz.

 Pode ser muito subjectivo mas não foi apenas minha essa percepção. 
 Nem é por estarmos na Páscoa mas  a cor, ainda mais neste tom, está conotada com a "ida para o calvário".

08
Abr11

A campanha PS

rgomes

Na abertura do congresso do PS José Sócrates deu hoje o mote do que vai ser a campanha socialista:

- responsabilizar PSD pelo pedido de ajuda

- PSD é incerto, é arriscado mudar

- O PSD tem um líder que não sabe o que quer

- O PSD é neo-liberal e o PS defende o Estado Social

- PCP e Bloco fizeram um favor à direita e são responsáveis pela vinda do FMI.
Há vários anos que não via um primeiro-ministro a centrar o seu discurso no ataque ao lider da oposição, como se fosse ele o "challenger".
Habitualmente é ao contrário, até do ponto de vista do estatuto, o líder da oposição a tentar colocar-se ao mesmo nível do chefe de governo.

Sócrates corre atrás do prejuízo, da desvantagem nas sondagens. Vai aproveitar todas as oportunidades para atacar Pedro Passos Coelho e lançar-lhe directamente reptos. A ver se ele cai, se dá troco e tropeça.

07
Abr11

Profissionalismo

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José Sócrates não brinca. É um profissional. Mesmo em momentos de grande tensão não descura a sua presença nos media.

Só houve um problema, em circunstância alguma devia estar ligado o acesso video e audio ao exterior.

06
Abr11

Spin doctor LPM

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Luis Paixão Martins esteve hoje no RES PUBLICA, da Associação 25 de Abril, em Lisboa, numa iniciativa da Ânimo, a abordar o tema de comunicação política.

Em pré-campanha eleitoral as intervenções centraram-se na disputa partidária que vai ter lugar nos próximos meses.

Síntese das ideias transmitidas por LPM:

- nesta campanha não há espaço para marketing, é rejeitado devido à crise económica;

- os eleitores devem decidir em quem votam nas próximas semanas e depois não têm disponibilidade para a fase da campanha eleitoral;

- quando o PSD apresentar o seu programa eleitoral os eleitores já decidiram;

- esta atitude do PSD é propositada porque sofrerá desgaste quando anunciar as suas propostas:

- o PSD poderá vencer a não ser que PP Coelho cometa asneiras e que sejam exploradas pelos media;

- o PS tem José Sócrates a fazer combate ao PSD mas já perdeu o eleitorado flutuante, que oscila entre PS e PSD. Já o tinha perdido nas legislativas anteriores;

- O PS vai fazer combate à esquerda, atrair o eleitorado de Alegre e do Bloco;

- os três partidos laterais vão contar a mesma história: votar PS ou PSD fica tudo na mesma, no bloco central  

05
Abr11

Equivocos

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No dia 11 de Março, horas antes da Cimeira, Teixeira dos Santos anunciou o PEC IV e revelou o congelamento das pensões.

Ao final do dia o PSD disse que não aceitava o PEC e iniciou-se a actual crise poítica. Seguiu-se José Sócrates a dizer que se o PEC fosse chumbado renunciava ao cargo de Primeiro-ministro.

Com a crise instalada e as eleições à vista, António Costa disse que Teixeira dos Santos criou um grande equívoco quando apresentou o PEC IV. Na manhã seguinte, foi a vez de José Sócrates negar o congelamento das pensões confirmando que houve um erro de comunicação.

Curiosamente, agora, na entrevista à RTP, foi esse o termo que utilizou: congelamento das pensões.

 

Estes "equivocos" podem sair caro. Em situações muito sensiveis deve haver todo o cuidado. Mais ainda quando a oposição tenta acentuar a imagem de que o PM não fala verdade.

05
Abr11

Sócrates e Cavaco

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Os resquícios da campanha eleitoral para as presidenciais acentuaram o mau estar entre os dois. Não apenas do ponto de vista político mas também pessoal.
Nesta pré campanha o PS tem andado com um discurso oscilante em relação ao PR. Uns criticaram asperamente Cavaco, outros dizem que o adversário político dos socialistas não é o PR.

Na entrevista à RTP, José Sócrates mostrou claramente que Cavaco Silva não fica de fora dos ataques que desencadeia. Porquê?

- há quem interprete esta investida permanente como uma forma de o PS capitalizar o voto de quem não se identifica com Cavaco Silva

- um outro ponto de vista é o PS apostar na criação de uma frente de combate contra a “direita”. A perspectiva de que há um complot e que a situação presente é já resultado desse complot.

- Ao colocar Cavaco Silva como adversário político, Pedro Passos Coelho é menosprezado. Fica no palco como figura secundária.

Vamos agora aos pontos fracos desta estratégia:

- está a ser unânime a criação de um governo forte e estável. Um PM que hostiliza um PR não dá garantias de estabilidade.

- outra ideia que se generalizou é a necessidade de diálogo e entendimento entre os vários partidos. Com este discurso crispado e com uma imagem já muito carregada de autoritarismo, é difícil antecipar José Sócrates a participar nesse diálogo. Ou seja, Sócrates pode estar a dar razão a alguns partidos da oposição que afirma que o problema é ele, Sócrates.

31
Mar11

5 de Junho

rgomes

A data das eleições.

Cavaco Silva fez o anúncio, após Conselho de Estado.

Da intervenção de Cavaco Silva três notas:

- na narrativa dos políticos havia a citação de duas crises: politica e económica/financeira. Cavaco juntou a crise social.

- O PR solidário com o Governo sobre a eventual necessidade de se pedir ajuda externa. A frase foi proferida depois do ministro da Presidência ter afirmado que "Governo de gestão não pode avançar com pedido de ajuda externa" - Público 

- "as eleições devem permitir alcançar um compromisso estratégico de médio prazo e que resulte num alargado consenso político e social”. Dificilmente Cavaco Silva dará posse a um governo minoritário (o que poderá excluir à partida um executivo liderado por José Sócrates já que os partidos da oposição dizem que se recusam a coligar com o actual lider do PS).

 

30
Mar11

Confia num desconhecido?

rgomes

Já se torna perceptível que um dos eixos de ataque do PS ao líder do PSD é a sua inexperiência.

Com base na percepção de que o eleitorado ainda não tem uma ideia muito definida de PP Coelho, o PS está a explorar esta situação e tenta marcar uma imagem negativa do líder do PSD. Inexperiente (sem experiência governativa), falta de preparação, imaturo e irresponsável (ao ter chumbado o PEC).

Veja-se o lead da notícia do Público: O PSD “não pensou” quando abriu esta crise política e não está preparado para governar Portugal num momento crítico tão exigente, acusou Fernando Medina.

A falta de articulação do disurso do PSD na semana anterior e a ausência de um programa eleitoral ajudou a criar esta imagem.

Um filão que o PS vai explorar e que não vai ser fácil ao PSD de contrariar. De certa forma, a resposta vai noutro sentido: "Sócrates já o conhecemos e não o queremos mais, nem falar com ele. Nem agora, em depois das eleições. Ele é a causa do problema".

Ou seja, o que prefere: D. Quixote ou o Exterminador?

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