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Legislativas 2011

Legislativas 2011

29
Mai11

A semana dos indecisos

rgomes

Poucas eleições Legislativas tiveram um resultado tão imprevisto.

A margem de indecisos é elevada e manteve-se praticamente igual ao longo da primeira semana de campanha: entre 28 a 30%.

O que revela a impotência de todos os partidos em convencer os que procuram (se procuram) uma decisão.

 

Do lado do PSD o discurso final tem um outro alvo: o CDS. Apelar ao voto útil. O empate técnico ajuda mas este argumento já foi utilizado várias vezes e não foi decisivo.

 

Por último, mas não menos importante: não cometer erros.

17
Mai11

PSD - eixo de campanha

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O eixo de campanha é o que liga as várias narrativas. Como uma obra constituída por vários capítulos através dos quais se alimenta o enredo.
Michel Bongrand estabeleceu quatro eixos: Eixo ideológico: visa realçar uma diferença que à partida já é conhecida (esquerda/direita). Eixo político: projecta o futuro. O ponto de partida é o ambiente que se vive no eleitorado (continuidade, mudança, renovação, união). Eixo pessoal: personalização. A sua utilização é frequente quando não há fortes traços distintivos entre os partidos concorrentes, e Eixo temático: é circunstancial. Resulta dos estudos de opinião que indicam as principais preocupações do eleitorado e avalia o desempenho de quem exerce o poder.


O eixo de campanha do PS assenta nesta mensagem: Cuidado, é um risco colocar o PSD no Governo. Já provocou a crise que levou o país a pedir ajuda externa e agora quer ganhar com um líder impreparado e com um programa que coloca em causa o "welfare state".
A campanha não está assente em propostas, numa visão de futuro (nem programática nem de metas). Antes havia um inimigo externo (as empresas de notação financeira, o capitalismo selvagem, a indecisão da Europa, ...o FMI), agora, só há um perigo: o PSD. Tenham cuidado, não arrisquem na mudança que o tempo não está para experiências. O líder do PS repete este discurso todos os dias e já lhe chamam a "cassete de Sócrates". Por vezes cita uma medida do PSD, outras vezes pega numa declaração de um dirigente social-democrata... mas a mensagem é sempre a mesma. Neste aspecto, é uma campanha ofensiva (quando tudo levava a pensar que seria uma campanha defensiva) e com o adversário bem definido: o PSD.

 

Paulo Portas também ajudou a criar a imagem de incerteza do líder do PSD. Através da máxima: "o PS é imcompetente e o PSD não é convicente" tenta capitalizar o descontentamente em relação a José Sócrates e diminuir o impacto do "challenger" que seria Pedro Passos Coelho. O seu propósito é mostrar que, afinal, ele sim é a alternativa. Assumiu a postura de estadista e como é o único que já tem lugar assegurado no Governo (com PS ou PSD) tem uma atitude ofensiva mas comedida. Quanto à mensagem principal, aproveita todas as oportunidades para mostrar que o PSD também é coresponsável da actual crise e que não tem uma estratégia clara.

 

PCP e BE têm um eixo de campanha muito próximos (eixo ideológico): os restantes partidos têm uma política semelhante, subscreveram o acordo com o FMI (que Sócrates ajudou a diabolizar) e há uma alternativa de esquerda. O futuro vai ser muito mau para os trabalhadores e mais pobres e a continuar um desses partidos no Governo não haverá mudança.

 

Por último, o PSD. Após o despoletar da crise política afirmava que era necessária uma clarificação. Depois passou para um discurso social - não congelar as pensões mais baixas e prometeu apresentar um Programa Social -, entretanto escreveu artigos na imprensa internacional a dizer que o PEC IV ficava aquém do necessário e de seguida elogiou o acordo com a "troika" porque "vai mais longe". Após a apresentação do programa eleitoral a bandeira foi a diminuição da Taxa Social Única e quando já estava em empate técnico nas sondagens passou para uma postura ofensiva. O actual Governo e o seu líder não eram de confiança. No vocabulário do PSD surgiam palavras como omitir, enganar, mentir....
Ontem, o PSD passou a atacar o Programa Novas Oportunidades, (um ataque ao orgulho de milhares de pessoas que conseguiram atingir um melhor patamar nas suas qualificações).
Esta é uma narrativa sem mensagem. Não há eixo de campanha. É o social, é a economia, é o futuro com propostas e medidas concretas, é o desgaste do adversário....? para um líder que deixou que lhe fosse criada a imagem de alguém incerto, ingénuo, "não convicente", esta estratégia, de certa forma, confirma o rótulo que lhe estão a criar. A continuar assim não é o "challenger, desbarata a expectativa criada, não tira proveito do desgaste do adversário e nem aproveita as novas oportunidades. Deriva, apenas.
Duas dúvidas: o PSD contratou especialistas brasileiros de marketing político para esta campanha. Qual a influência que estão a ter na direcção de campanha? Serão eles os autores desta estratégia?

Segunda questão: o desemprego é uma das maiores preocupações dos portugueses manifestada nas sondagens. O que tem dito o PSD sobre este tema?

12
Mai11

Campanha do CDS

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Este é o momento. Por ti. Por todos. Portugal. Este é o lema da campanha do CDS.

Sem cartazes eleitorais - que implicam grandes custos - e com pouca diversidade de "brindes" (autocolantes, canetas e panfletos com a imagem do líder do partido e dos candidatos), o CDS-PP espera uma poupança de 30% face aos custos de 2009.

"Este é o momento. Por ti. Por todos. Portugal" é o lema da campanha do CDS-PP, que irá trabalhar com a Once Upon a Brand, na imagem, e com a GBNT para a produção de vídeos.

A começar em Aveiro, a campanha passará por Vila Real, Bragança, Viana do Castelo, Braga e Porto, Açores, Santarém, Leiria, Setúbal, Viseu, Coimbra, Guarda, Madeira, Beja e Faro e Évora. No último dia, 3 de Junho, estará em Lisboa e terminará em Setúbal.

A campanha do CDS-PP também se fará nas redes sociais, com a divulgação de vídeos, mensagens e propostas políticas na rede social "Facebook" e numa plataforma designada "esteeomomento.cds.pt". Notícia publicada na DE

23
Mar11

O guião

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O debate no Parlamento foi já a pensar na campanha.

O que se passou revela que vamos ter uma campanha tensa e com muitas encenações.

A postura dos partidos:

- CDS: vai tentar colar o PSD ao PS, e Portas procura afirmar-se com uma  estadista

- PSD: focado no desgaste do PS e do Governo: esgotamento, falata de credibilidade e fracasso na gestão da crise. Os outros partidos não fazem parte da mensagem (poderá precisar do CDS)

- PS: dramatização, focado no PSD como autor da crise e vai retomar a defesa do Estado Social

- PCP: colagem do PS ao PSD, afirmação de uma outra política em Portugal e na Europa

- BE: colagem do PS ao PSD, populismo no ataque às grandes empresas, ao capital. negação das políticas decrrentes da União Monetária e Financeira.

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