Num mero jogo de confronto directo, Louçã foi melhor. Conduziu o debate através de um dado para o qual José Sócrates teve dificuldade em responder. Francisco Louçã insistia e José Sócrates ia a reboque. Por vezes tentava mudar de tema mas o líder do BE conseguia retomar a discussão no seu ponto de preferência - a alegada carta do Governo ao FMI.
José Sócrates falou à "esquerda" com a enumeração de políticas sociais e tentou colar a imagem de "radical" ao BE com a renegociação da divida e, por outro lado, de servir de "muleta" à direita ao votar contra o PEC IV.
Se do ponto de vista do confronto directo Louçã levou a melhor, coloca-se a questão mais relevante que é: mas afinal quem ganhou em votos? Acho que foi o PSD. Porque:
- Nas últimas 48 horas o PS andou a rebater a proposta do PSD de baixar a Taixa Social Única. Segundo a carta mostrada por Louçã, afinal, o governo do PS também defende o mesmo.
- Os valores citados por Louçã e o conteúdo da carta revelaram que se trata de uma decisão tomada mas não anunciada
- Ou seja, "José Sócrates anda a esconder" o que negociou com a troika. O que vai ao encontro da mensagem que o sociais-democratas andam a tentar transmitir. O PSD iniciou um discurso ofensivo contra o líder do PS insinuando que José Sócrates não é de "confiança". Esconde, engana, mentir, omite são alguns dos vocábulos utilizados. Louçã, neste debate, foi assertivo nesta tese.
Este debate teve uma audiência média de 1.140 mil espectadores e o share foi de 30.2%
Vídeo do debate aqui